sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mas, afinal, por que não sorrir?



Um dia saí da aula puta, com vontade de matar meio mundo e xingar o primeiro infeliz que resolvesse cruzar meu caminho. Fui caminhando em direção ao ponto de ônibus, observando o ônibus que eu estava perdendo, fiquei 27 minutos esperando, e quando o bendito ônibus chegou, saíram pessoas de todos os lugares possíveis para adentrar nele na minha frente. Quando eu finalmente, ostentando um ar de sanguinária, consegui entrar, peguei meu cartão e esfreguei com brutalidade na maquininha, E ADVINHEM AQUELE LIXO NÃO TAVA PASSANDO!! Virei o rosto com raiva em direção ao cobrador, que pegando o cartão da minha mão falou: “Deixa eu passar pra ti, querida, tudo bem contigo?”
Passei a catraca me sentindo a pior pessoa do mundo. Parecia não fazer o menor sentido, depois de eu olhar pra ele como se fosse sugar a sua alma e vender no mercado negro, ele se importar comigo. Ele realmente não precisava, afinal, quantos cobradores se dão ao trabalho de te olhar na cara, ou te dar oi?
Mas isso me fez perceber o quão carentes de simpatia nós estamos. Depois desse ocorrido, toda vez que eu entro no ônibus do “cobrador querido” eu fico felizona, e sorrindo sozinha. E isso me fez ter vontade de sorrir para os outros cobradores, para os seguranças de boate, para as atendentes de supermercado, e tantas pessoas que não fazem a mínima noção de quem eu sou, e por qual razão eu estou sorrindo gratuítamente para elas...
Mas afinal, por que não sorrir?
Por qual motivo vou acinzentar o mundo? Se eu sou uma pessoa infeliz e frustrada, não é problema de ninguém a não ser meu, e eu não tenho que descontar em alguém que nada tem a ver com isso. Não é justo disseminar o mau alheiamente.
Sorrir é uma via de mão dupla contagia as pessoas e faz bem a si próprio!

Afinal, por que não sorrir?