sábado, 25 de setembro de 2010

O prato principal


Na esquina do meu apartamento vendem-se espetinhos, admito que de vez em quando dou uma passadinha por lá para comer um espetinho. Três ou quatro pedaços de carne não são capazes de matar a fome de ninguém, mas é capaz de me deixar saciada por alguns minutos. Como um tapa buraco. Nada que se compare a uma refeição completa. Mas uma refeição é algo que nos devota um certo trabalho. Sabe né, tem que acrescentar alguns ingredientes, supervisionar, tem que ter cuidado, fogo, manter quente...até ficar no ponto. E às vezes ainda é necessário reaquecer.
Fome é um negócio complicado. Você pode ter só vontade de comer, mas também pode ter uma fome controlada, do tipo que um espetinho do Geada resolve. Mas às vezes você tem aquela fome que dói, sabe? E nem sempre você tem o que comer. E aí faz o quê?
Um belo dia você acorda e resolve ir ao mercado e comprar tudo que é necessário para fazer seu prato preferido. Coloca todos os ingredientes, mais carinho, dedicação, amor e ainda um sazonzinho. O prato principal é do tipo que dá trabalho, mas vale à pena. E aí você se delicia com o prato, o SEU prato. Afinal depois de tanta dedicação todos merecem uma recompensa. Depois desse dia você decide cozinhar no outro dia, e então você decide que vai se empenhar o resto da semana, e passar muito bem obrigada.
Mas uma hora ou outra você se queima, a comida gruda no fundo da panela, a carne passa do ponto. Nem sempre manter o alto rendimento é fácil. Ainda mais se você é assim como eu, alguém que não sabe cozinhar. E aí você não come, ou come qualquer coisa, porcaria. É preciso se manter de pé. Mas manter-se de pé, não quer dizer que você esteja Bem.
Um dia devido ao acaso, você pode ter a sorte de degustar seu prato preferido, sem ter que fazer o mínimo esforço para ter ele. Tipo você se esbarra com ele em uma festa de aniversário, ou em um restaurante. Come até não poder mais, só que comer além da conta faz mal.
A fome é um sentimento muito parecido com o amor. Mas amor, não tem na geladeira, nem no drive-thru mais próximo, nem no mercado, nem no espetinho do geada. E quando você tem um relacionamento, às vezes você pode tomar todos os cuidados do mundo, mas assim como na culinária, nem sempre dá certo.

Mas a gente não desiste, né? Nem pode, um dia eu aprendo a cozinhar!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A pergunta




Agora são 2 da madrugada, eu fui abandonada, tem uma mulher MUITO bizarra sendo entrevistada no Jô, e eu comi metade da casa, animador, não?É.
Mas não é sobre a minha vida pacata numa madrugada de quarta que eu quero falar, e sim do livro aberto, mais precisamente do meu livro aberto.
Sabe, durante grande parte da minha juventude eu sempre tive um “rótulo” de misteriosa, como eu ainda não tenho uma bolinha de cristal, não sei se as pessoas ainda me acham misteriosa, mas ultimamente parece que todos sabem muito bem (PUTA QUE PARIU A MULHER, NO JÔ, FALOU A BESTEIRA DO SÉCULO) o que eu quero! Como se estivesse escrito na minha testa “Oi, eu quero chocolate!”, não que eu realmente queira chocolate (Isso também não quer dizer que eu não queira, obviamente). Mas hoje em meio a uma torradinha com requeijão eu parei pra pensar em que momento eu me tornei assim tão óbvia. Aonde foi que o mistério se perdeu, se é mesmo que ele se perdeu, ou não.
Eu me lembro na 2ª série, quando eu sabia de quem todas as minhas coleguinhas gostavam. E nem precisava ver alguma delas se exibindo pro dito cujo, com sua caixa de lápis de cor, de 24 CORES! (o que era status obviamente). Não precisava, pelo simples fato de que elas me contavam, e eu não só não contava, como não era apaixonada pelo mesmo que elas. Mas lá pela 4ª série eu acabei contando...
Claro que se na época, lá pelos meus 9 anos, eu tivesse correspondido a única investida que ele me deu, quem sabe a gente pudesse sentar próximo um ao outro, cada um olhando para direções contrárias,enquanto nós trocássemos umas 2 ou 3 palavras. Hoje fica mais fácil de descobrir os lances das pessoas por que o negócio fica bem mais físico (Tipo eu já pego na mão!).
Sendo assim, se fosse só a questão de relacionamentos, eu entenderia, mas não, sabe quando tu vai pra parada de ônibus e parece que até a moça que está na parada sabe, SIM ELA TAMBÉM SABE, aliás, TODOS SABEM, e você é a única que não sabe em que momento você se tornou assim tão previsível. É eu também não sei, mas você deve saber, afinal a previsível sou eu e talz né?!


OBS: Se alguma boa alma tiver afim de me contar, estamos aí :P